O Legado de Paul Walker em ‘Velozes & Furiosos’: Da Aposta Arriscada ao Retorno Emocionante e o Leilão dos Carros da Franquia

A saga “Velozes & Furiosos” se consolidou como um fenômeno cultural, mas seu coração sempre esteve ligado à dinâmica entre Dominic Toretto (Vin Diesel) e Brian O’Conner (Paul Walker). Mesmo após a trágica morte de Walker em 2013, a franquia continua a honrar seu legado. O lançamento de “Velozes & Furiosos 10” traz de volta o ator de forma emocionante, ao mesmo tempo que relembramos o quão arriscado foi o início dessa jornada e o nível de impacto que a série alcançou.

O Retorno de Brian O’Conner em ‘Velozes 10’

Paul Walker, um dos pilares da franquia, teve uma despedida emocionante em “Velozes & Furiosos 7” (2015). No entanto, os fãs podem rever Brian O’Conner no décimo filme. A trama de “Velozes & Furiosos 10” revisita os eventos do quinto filme, no Brasil, para apresentar o novo vilão, Dante (Jason Momoa). Dante é filho de Hernan Reis, o traficante cujo cofre foi roubado por Toretto e O’Conner no Rio de Janeiro.

Devido a essa conexão direta, o novo longa utiliza flashbacks de cenas de “Velozes & Furiosos 5”, o que inclui, naturalmente, a presença de Paul Walker. O filme também adiciona novas perspectivas, mostrando que Dante estava presente durante aquela operação. É importante notar que Walker aparece apenas nessas cenas de arquivo; seu personagem, Brian, não está morto na saga, mas sim aposentado para viver com sua família.

Uma Homenagem Familiar

O diretor Louis Leterrier confirmou essa abordagem: “Vocês verão Brian no passado, não no presente”. Além dos flashbacks, “Velozes & Furiosos 10” presta uma homenagem emocionante ao ator com uma participação especial de sua filha, Meadow Walker. “Sou muito abençoada por poder honrar o legado de meu pai”, declarou ela em suas redes sociais.

A Aposta Arriscada que Ninguém Entendeu

Hoje, “Velozes & Furiosos” é uma das maiores franquias de Hollywood, mas em 2001, era apenas um filme arriscado sobre corridas de rua, sem garantias de sucesso. Quando Paul Walker aceitou o papel, o cenário era tão incerto que seus agentes reagiram com pânico. Na época, em 1998, Walker ainda buscava seu espaço, e o projeto, vagamente inspirado por um artigo de revista, não tinha prestígio.

Em uma entrevista de 2013, Walker relembrou a situação: “Estou assinando sem um roteiro. Meus representantes estão pirando. E eu estou tipo, ‘É um milhão de dólares, vou poder sair com amigos, dirigir carros e ser legal’. Honestamente, era só isso para mim. Eu tinha 25, 26 anos? F***, vamos fazer isso!”

A Virada da Franquia

Essa atitude descontraída definiu o tom do filme. O primeiro “Velozes” teve um desempenho razoável, mas foi criticado. As sequências iniciais, como ” + Velozes + Furiosos” e “Desafio em Tóquio” (sem Walker), tiveram recepções mornas. A grande virada ocorreu em 2009 com “Velozes & Furiosos”, que reuniu o elenco original. Dois anos depois, “Velozes & Furiosos 5: Operação Rio” elevou a série ao patamar de espetáculo de ação global, um status que se mantém até hoje, preservando o legado de Walker como o coração da família.

O Impacto Físico: Carros de Dublê Vão a Leilão

O tamanho que a franquia atingiu é tão grande que até seus veículos de dublê, mesmo danificados, tornam-se itens de colecionador. Um lote de três Range Rovers usados no spin-off “Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw” (2019) será leiloado pela Mecum. E eles parecem ter sobrevivido a uma guerra.

Os SUVs, que serão vendidos em conjunto, foram modificados especificamente para as filmagens. Todos mantêm o motor V8 de 4.4 litros e tração nas quatro rodas, mas vêm com uma pintura cinza fosca, barras de proteção e iluminação LED. O mais interessante é um sistema de “freio de skid” da Wilwood, que utiliza dois pedais de freio para permitir que os dublês travem rodas individuais, facilitando manobras e derrapagens dramáticas — uma tecnologia curiosamente derivada de tratores agrícolas.