Como Foram Criadas as Criaturas Grotescas de ‘Alien: Earth’
A nova série do FX, “Alien: Earth”, expande o universo da icônica franquia de terror e ficção científica. Produzida pela mente idiossincrática de Noah Hawley (conhecido por “Legion” e “Fargo”), a série, que será transmitida no Brasil pelo Star+, não apenas traz o infame Xenomorfo para o nosso planeta, mas também introduz uma série de outras espécies extraterrestres assustadoras para lutar contra humanos, ciborgues e sintéticos.
Expandindo o Universo de ‘Alien’
A ideia de isolamento é um tema central em toda a saga Alien. A frase “no espaço, ninguém pode ouvir você gritar” ecoa porque, geralmente, não resta ninguém para ouvir. Esse sentimento sempre sugeriu que os humanos estão, em sua maioria, sozinhos no universo, com exceção do temido Xenomorfo. No entanto, “Alien: Earth” está aqui para pluralizar o terror novamente, não pelo método de James Cameron de jogar múltiplos Xenomorfos na tela, mas ao introduzir uma variedade de novas espécies na franquia.
Essas novas criaturas nasceram da mente do showrunner e roteirista principal Noah Hawley, que buscou evocar sensações novas e grotescas com cada uma delas. Embora sejam muito diferentes do Xenomorfo clássico, todas elas surgiram da mesma ideia fundamental: o horror de observar o desconhecido se revelar.
A Filosofia por Trás do Horror
“A questão principal é o processo de descoberta, certo?”, explica Hawley. “Porque o Xenomorfo não é uma criatura, são quatro. Começa como um ovo, depois vem o icônico Facehugger que, se fosse a criatura principal, já seria aterrorizante e perturbador. Em seguida, a ideia de que ele depositou um embrião diferente dentro de você, que explode para fora. É um efeito cumulativo. Quando você finalmente chega àquele monstro de três metros de altura e ele abre a boca e há uma segunda boca, você pensa: ‘Que diabos é isso?’. A coisa só vai piorando.”
Hawley aplicou essa mesma lógica ao criar as novas espécies. “Essas foram as perguntas que guiaram o processo. Como eles se reproduzem? O que eles comem? Essa foi a jornada de descoberta que eu pude fazer”, comenta ele. “Era um desafio constante de pensar: ‘Certo, o quão pior podemos tornar isso na próxima iteração?’. Entender que essas criaturas não precisam manter a forma em que se originam te dá muita liberdade criativa.”
Inspirações Terrenas e Design de Monstos
Muitas das novas criaturas parecem distintamente mais “animais” ou “insetoides” do que o Xenomorfo, que tem uma aparência mais monstruosa. Os “carrapatos”, por exemplo, são claramente inspirados nos aracnídeos do nosso próprio planeta… com a diferença de que estes se transformam em enormes bolsas de sangue intumescidas enquanto drenam um ser humano de todo o seu suprimento de hemoglobina. Foi a partir dessas raízes reconhecíveis que Hawley desenvolveu sua pequena legião de horrores.
“Quais são os elementos de repulsa genética que sentimos por parasitas?”, Hawley se perguntou. “Como essas criaturas se encaixam tematicamente na série? Para que estou usando elas? E para que eu poderia usá-las no futuro? A partir disso, uma vez que se tornaram personagens no roteiro, pude sentar com a equipe de efeitos visuais da Weta Workshop e começar a desenhá-las.”
Rompendo com a Estética de Giger
Hawley destaca que as criaturas vêm de mundos diferentes, coletadas por uma nave da Weyland-Yutani que conduzia uma espécie de caça intergaláctica. Nos eventos da série, essa nave caiu no domínio da Prodigy, uma corporação rival, cuja equipe está descobrindo essas feras pela primeira vez. O fato de terem origens diferentes significava que elas não tinham conexão com os Xenomorfos, permitindo que a equipe de design buscasse estéticas completamente novas.
Até agora, o universo Alien prosperou com seu visual biomecânico gótico, criado nos anos 70 por H.R. Giger, principalmente porque a série se concentrou exclusivamente nos Xenomorfos. Em “Alien: Earth”, no entanto, cada espécie tem uma aparência única, prometendo uma explosão de novas imagens assustadoras, sem um único cano estriado à vista.